sábado, 14 de setembro de 2013

Meiar-se

Quem se meia
Vento colhe
[E] tempestade.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

1.

derrámese.
y déjame ser.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Ode à solitude

Peço que mude ou me ergo?
Quebro este muro ou me entrego?
Quebro a cabeça ou me rendo?
Corro ou procuro sossego?

Bom é ser são ou ser servo?
Quase não sei pra que sirvo
Morto, só fico aqui vivo
Porque me resta um amigo

Sei que o sinto, até longe
E as coisas seguem, pra onde?
Eu que me afasto, e[,] mudo
Falo que estou, mas eu fujo

Um mártir cuja una casa,
Que gira o mundo, e o pausa,
Luta em razão do silêncio
Por olhos, sim, mais propensos

A, na vivência, in loco,
Se situar, mesmo aos poucos,
Nos outros tênis, dos outros
E só pra isso que vim.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

2,2,2,2

Hoje se completam exatos 2 anos, 2 meses, 2 semanas e 2 dias que cheguei em São Paulo. Pode fazer as contas, foi em 27 de março de 2011.

Nesse intervalo, eu aprendi a morar sozinho e pagar bem mais contas que o normal, além de reclamar e perder muitas, muitas horas nos SAC da vida (anotação mental: inventem um 'SAC da vida'). Conheci muitas pessoas novas, fiz novos bons amigos, tentei administrar para que os amigos antigos continuassem presentes. Trabalho e estudos vão bem, tirando as reclamações cotidianas que temos que fazer pra não acharem que somos ETs. Saudade de Brasília sempre houve, mas aprende-se a viver com ela e a matá-la nos finais de semana eventuais em que a passagem está barata.

Pode ser que meu principal relacionamento estabelecido nesse tempo tenha sido com a cidade. E se São Paulo é o que eu tenho mais próximo de uma namorada, saiba, São Paulo, que eu te amo. Você já sabe e eu sei disso há algum tempo. Mas 2 anos, 2 meses, 2 semanas e 2 dias são bem mais ou menos o tempo em que a gente precisa se surpreender.

Esforcemo-nos, minha querida.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

quemquereria


1h48, e vem a vontade de escrever. Não, não é aquela que as pessoas que escrevem sempre (definitivamente não o meu caso) sentem a cada ideia brilhante ou tropeção ao longo do dia. É aquela meio besta com a qual na verdade você acordou ainda às 6h18 da manhã, mas pensou que fosse só o efeito da Coca-Cola de 600 ml que tomou pouco depois; ela - a vontade - voltou a bater quando uma cobrança desnecessária de chefe no momento em que você ainda ligava o computador foi assimilada como algo muito positivo, cumprida com bom-humor e acabou rendendo aqueles frutos efêmeros do trabalho, que sequer se traduzem em salário, mulher ou cerveja; a vontade de escrever deu ainda mais uns cinco ou seis sinais de existência ao longo do dia, interpretados como: sorte, adrenalina, o bom humor depois de uma piada que fez todos rirem, a felicidade pós-almoço... um espirro 'conquistado' ou até mesmo o alívio após um peido segurado.

2h13, e o sono pesa, o laptop quase cai no chão com o tranco de acordar com aquele susto de microssonho. Onde eu estava mesmo?
Ah, vontade de escrever. Será que se eu apenas me entregar e dormir ela se transforma num sonho realmente bom, com muito mais apelo que umas palavras sonsas sobre uma quarta-feira? Afinal, quem quereria ler sobre uma quarta? Nem sexta é.
E a perspectiva nada animadora de menos de 4 horas de sono começa a pesar, e acho que não vale mais a pena publicar este texto. Não diz nada. O que vão pensar?
'Legal, rolou uma vontade de escrever e saiu esta merda'. Bem isso.

Essa farinha toda sou eu, enrolando para dizer o que sei desde ontem; mais: desde a semana passada. Surgiu uma fiapo de luz, a vida sorriu por um momento que durou exata meia procissão de um bloquinho de carnaval. E um pouco daquilo antigo, daquele cara lá de trás, voltou correndo pro futuro dele, se encontrou com meu presente; voltou pra mim.

Foi bem numa terça, um tanto quanto de cinzas. Pra predizer todo possível 'fatidicismo' que me aguardava na esquina do final de semana, e a perspectiva de que foi aquilo, só. Felicite-se e siga, tem mais não. A vida sorriu, mas foi aquele sorriso filha-da-putinha antes de apertar o botão que abre o chão falso sob meus pés.

Melhor. Eu gosto da vida sorrindo - até assim. Significa que ela está querendo brincar, me cutucando com o nariz, como cachorro pedindo atenção do dono. Só que ela que é dona de mim.

3h02. Fica, vontade.