quarta-feira, 19 de maio de 2010

Vai um biscoito?

Santa Rosa, zona rural do município de Santa Rita, interior do Maranhão. 

quinta-feira, 13 de maio de 2010

As aventuras de um pendrive

Fez-se necessário que eu narre aqui uma situação ocorrida ontem durante o dia na sede do município de Coari, Amazonas. Quero narrá-la não só para que eu possa rememorá-la e rir no futuro, mas como um certo tipo de experimento.
Meu pendrive é provavelmente o mais usado no barco. Desconfio que isso seja não só pelo tamanho da memória (8 GB), mas também pela simpatia de seu design arrojado em formato de skate, ao qual as pessoas incontrolavelmente se afeiçoam. Não há orgulho nenhum em ter o pendrive mais rodado da parada, até porque isso significa que ele é o mais promíscuo e provavelmente o mais carregado de vírus vindos dos outros computadores.
O fato é que quero constatar as mudanças na atitude das pessoas depois que eu contar por onde meu belo pendrive andou passeando. Não vou nem propagandear falando que escrevi um texto novo pro blog, deixemos que o destino os leve a ler sobre esta breve e profunda aventura.

Estava eu na lan house mais próxima do porto onde o barco está ancorado, fazendo meu trabalho e esperançoso de falar com Gabriela na internet. O sinal da internet no barco não estava lá essas coisas - como em grande parte da viagem -, e optei por ir à lan house. Acabei vendo que a suposta "banda larga" do lugar não era muito melhor que o sinal no barco - fiquei por lá mais de 3 horas seguidas até conseguir mandar tudo que precisava pro trabalho.
Sei que, depois de muito tempo lá sentado, começou a me dar uma vontade forte de fazer xixi. Vi que o negócio ainda ia demorar, desliguei o monitor e fui em direção ao banheiro. Levei comigo o celular e o fone de ouvido (estava ouvindo música), além de meu magnífico pendrive - não ia deixar meus bens dando sopa assim.
A portinha no canto da loja tinha uma plaquinha até ajeitada que dizia "banheiro". Mesmo assim, perguntei pra moça do caixa: "Ali é banheiro, né?" - ok, a pergunta pode ter parecido meio desnecessária. Mas pior que ela me olhou com uma cara de quem peidou no elevador e disse "É... Assim... Dá pra usar, né..." Achei que ela estava com vergonha só porque viu que eu era branquelo estrangeiro alienígena, e respondi com um sorriso humilde: "Náá, tranquilo" (Afinal, é só um xixizinho - pensei).
Quando abri a porta, me deparei com o que devia ser uma réplica do banheirinho do zelador do inferno, depois de o próprio ter acabado de castigar a porcelana. Procurei pelo interruptor na parede, e ouvi a mulher falando atrás: "É assim mesmo, no escuro". Com a luz de fora, consegui ver o suficiente - as paredes todas com os tijolos à mostra ou toscamente cobertas por cimento, alguns fios elétricos expostos, chão suuujo pra caramba, teto reclinado pelo que parece ser a escada dos fundos da loja vizinha... Na parede tem até um furo de uns 10 cm de diâmetro que dá pros computadores, mas pelo menos tiveram a decência de tapá-lo com um pedaço de isopor pra que moleques tarados não se aproveitem da circunstância.
Encostei a porta e acendi o celular para conseguir pelo menos mirar na privada - apesar de não fazer muita diferença devido ao estado do chão. Com a pouca luz ainda foi possível ver que a água no trono não era transparente, muito longe disso. Formas semi-sólidas também pareciam habitar por ali. Olhei pra cima, respirei fundo e mandei o xixizão.
Alívio por uns 5 segundos, desespero em seguida. Senti que o pendrive, que estava na mesma mão do celular, havia escorregado (BURO, por que não guardou no bolso!?). Ouvi só o barulhinho na água: "ti-bluct". Se você já assistiu o filme Trainspotting, sabe bem que cena veio imediatamente à minha mente.
Em uma microfração de segundo, vi a vida do pendrive passar pela minha frente. O dia em que a Gabriela me presenteou com ele, o primeiro arquivo salvo, o primeiro vírus encontrado, a rodinha que quebrou no meu bolso, tantos arquivos, tantas imagens, tantas músicas... Me agachei e vi com a luz do celular a pontinha dele pra cima enquanto o pobre jazia como um iceberg, mais de 95% encoberto em um oceano de dejetos nos mais diversos estados de decomposição.
A adrenalina subiu à cabeça e consegui pescá-lo com as pontas dos dedos, levemente triscando a superfície do plasma que habitava a privada. Parece que esse "triscar" vai me arrepiar os cabelos da nuca por um bom tempo, sempre que eu lembrar dessa história. Vi que havia ao lado da privada um balde cheio d'água, e não pensei duas vezes. Mergulhei o pendrive lá, dei umas esfregadas e tirei sacudindo a mão, procurando inutilmente alguma toalha, papel, guardanapo... Uma calcinha pendurada já teria sido de alguma ajuda.
Na falta de algo pra secar, usei a parte de trás da bermuda e guardei o pendrive no bolso lateral. Sequei a mão do mesmo jeito, fechei as calças e saí do banheiro. É, esqueci de falar que essa manobra toda foi feita com o zíper aberto e a bermuda querendo descer pras canelas.
Passei pela mulher e falei "Cê foi boazinha dizendo que dava pra usar, hein!", mas acho que saiu mais como um grunhido do que como algo inteligível. Sentei de novo em frente ao computador, mas não conseguia nem olhar pra minha mão direita, como se ela não fizesse parte de mim e ficasse me olhando fixo. Percebe-se que, como bom canhoto, escolhi subconscientemente que sacrificaria a mão direita caso um ser do abismo resolvesse puxá-la privada adentro.
Abri a carcaça do pendrive no dia seguinte e o sequei por dentro também, apesar de que já estava praticamente seco. Testei-o em seguida, está tudo ok.

Quero saber agora quanto tempo vai demorar até que as pessoas do barco leiam meu blog e passem a olhar o pendrive com outros olhos. Pode ser até que uma delas esteja com o pendrive plugado no próprio computador enquanto lê, e se eu estiver atento o bastante vou ver um olhar de nojo eterno, primeiro pro pendrive, depois pra mim. Ele vai deixar de ser o pendrive mais popular da parada, o que não é nenhum problema. Só não sei se minha mão direita também vai passar a sofrer discriminações - o que é passível de processo, já que o ambiente é de trabalho.
Finalmente, queria dizer que sou ídolo aqui no Amazonas. Tenho fãs incontroláveis, às vezes parece que sou só eu na equipe porque nem olham direito pras outras pessoas. O problema é só que os fãs são os carapanãs (mosquitos) locais, e a grande obsessão deles é pelos meus pés. Veja aí como eles ficaram após a passagem por Codajás. Ainda bem que aqui em Coari eles são menos famintos.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Quisera ser um peixe

(rá! jaçanãs!)
(ó ali a beirinha do barco)
(Vila do Jacaré)
(açaí)
(isto é um campo de futebol. mas tirei a foto mesmo pela arquibancada.)

Ok, prometo que escrevo alguma coisa estes dias. Período grande sem internet, tava difíícil. Agora tenho que ir ao banco. Cheguei ontem a Coari, que é uma cidade maior que a média - o fato de haver uma usina da Petrobras deve ter alguma coisa a ver com isso...

domingo, 2 de maio de 2010

Quem sabe agora vai

Upload de fotos, round two. FIGHT!
Aê! Esses aí são o jaçanã e o filhote de jaçanã. O jaçanã (Jacana jacana), do tupi ñaha´nã, é uma ave das porções Oeste da América do Sul, caradriiforme, paludícola, da família dos jacanídeos. Adoro dar informações úteis nos meus textos.

A ponte que estão construindo pra ligar Manaus a Iranduba.

Periferia aquática em Manaus.

Em cima do encontro das águas.

Casas flutuantes em Iranduba.

sábado, 1 de maio de 2010

Manaus

Ah, a metrópole! Nada como multidões nas ruas, carros pra todo lado, bancos, caixas eletrônicos, sinal de internet, prédios, biscoitos de marcas conhecidas no mercado, supermercados, Lojas Americanas, fast food, gente com pressa, mendigos, sujeira, fumaça... E em Manaus, a urbanidade se desdobra ainda mais de um jeito todo especial. Barcos, lanchas, rabetas, transatlânticos (transamazônicos?), cargueiros, catamarãs, iates, jet skis, botos... Todos compondo um tráfego intenso de coisas boiando. Engraçados são os postos de combustível flutuantes, que têm até loja de conveniências. Só não tem congestionamento porque o rio Negro é bem largo, mas isso não transmite muita segurança. A imagem que me vem à mente é de uma comprida pista de carrinhos bate-bate de diversos tamanhos, onde cada um vai pra onde quer. Por sorte, sei nadar.
Manaus também surpreende na urbanidade devido a essa história de zona franca. O comércio, pelo menos aqui perto do porto, é uma loucura. Parece que, se não tiverem o que vender, as pessoas pegam as ceroulas usadas da avó e começam um pequeno negócio. E pior que há quem compre, não duvide.
Legal que mesmo no shopping é possível achar coisas realmente baratas - mais baratas inclusive que nessas lojas do infinito comércio no meio da rua. Comprei um HD externo lá por um preço mais de R$ 200 abaixo do que tinha encontrado na rua.

Como estamos atracados no terminal hidroviário, o movimento de embarcações ao redor é bem grande e o barco mexe muito, o dia inteiro. Nessa de dormir e trabalhar aqui dentro, às vezes é meio estranho sair pra andar em terra firme. De vez em quando rola uma sensação parecida com estar dentro do barco mexendo, o pescoço tenta corrigir o horizonte (que não tem nada de errado, it's all in your head) e é preciso se apoiar em algo ou alguém. Deve ser parecido com labirintite.
O que deve estar influindo para esses efeitos psico-alucinógenos são as constantes pancadas da cabeça no teto do barco. A altura média do teto deve ser em torno de 1,78 m, o que não combina com pessoas de 1,83 m. Você se acostuma a andar curvado (ora de lado, ora pra trás, mas na maioria das vezes pra frente), e o problema é que bem no meio do barco passa uma viga 10 cm mais baixa que essa altura média. Sem falar nos ganchos de rede e nas pontinhas de ferro de alguns lustres. Aí não adianta, uma hora ou outra você vai certamente deixar as marcas do chifre em um desses obstáculos. Se ser alto já foi algum dia uma vantagem, eu não me lembro - pode ser amnésia devida às pancadas. Só sei que vou voltar corcunda e com diversos galos na cabeça.

Em homenagem ao Dia das Mães, segue a imagem abaixo. Minha mãe ficou com ciúmes da dedicatória à Gabriela, fazer o quê. Parabéns, mãe! Na minha idade, ela já tinha a Lu e eu, e vinha ainda a Marina pela frente.
E como o povo pediu, vamos ver se consigo subir mais algumas fotos que fiz na última semana.
Ok, não rolou. Só consegui subir essa aí, tem diversas outras mas parece que o sistema do blog não foi com a minha cara nesta manhã de domingo. Incrivelmente, as duas primeiras subiram facim facim.
Assim que conseguir, vou postar umas fotos de um bicho chamado jaçanã. Tem sempre alguns por perto nas comunidades do interior, mas eles são bem difíceis de fotografar. Descobri que a melhor técnica é achar uma mãe com um filhote, e só tomar cuidado pra ela não partir pra cima de você - o que é um risco a se correr.

terça-feira, 27 de abril de 2010

1 ano e meio

Como havia prometido, eis abaixo o por-do-sol mais bonito que já vi. Acreditem, pessoalmente era ainda mais espetacular. Apesar de ser considerado um mago do photoshop (aham), eu não fiz nada mais que unir duas imagens para fazer a panorâmica. A cor é natural, eu nem tingi. ¬¬
E o mais engraçado é que o desenho da luz ainda lembra a minha tatuagem. Loucura!
Antes de ver a cena do lado certo eu estava do lado oposto do barco, e vi que lá estava aparecendo de leve esse mesmo desenho no céu, como que refletindo fraquinho a outra metade da abóbada. Dá pra acreditar? Eu tenho fotos.
Se olhar com mais atenção dá pra ver a nuvem responsável pelo desenho no céu beeem lá onde o sol se esconde. O formato dela foi o que fez dividir os raios solares.
Dedico esta imagem para a pessoa mais linda que conheci na vida, Gabriela, que me atura como namorado já há 1 ano e meio. Queria você aqui comigo vendo isso tudo de perto, lindeza minha. Te amo.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Vida num barco

Independente do dia da semana, é quase impossível acordar muito depois das 7h. Além de estar mais claro que tudo, o movimento das pessoas nos três andares do barco parece reverberar nos cordões da rede. Não como belos acordes de viola caipira, mas como um rinoceronte tocando... qualquer instrumento.
E é importante apontar uma diferença entre a rede e a cama. Na cama, as técnicas de abafamento de som para continuar dormindo são muito mais eficazes. Você pode se esconder debaixo do travesseiro, usá-lo para dar meia volta em torno da cabeça, encostar um ouvido colchão e cobrir o outro com o braço... Enfim, o céu é o limite.
Já na rede, o desafio é grande. Primeiro que um travesseiro grande é inviável: atrapalha o equilíbrio da parada, dá torcicolo se você tentar usá-lo como faz normalmente e acaba sendo jogado pro lado das pernas, eventualmente amanhecendo no chão. Mesmo que você tente se esconder debaixo dele para dormir mais um pouco de manhã, logo percebe que o som passa pelo pano da rede, onde deveria haver um fofo colchão.
Um travesseiro com dimensões mais adequadas (pouco maior que um palmo) não tem alcance para vedar os dois ouvidos. Uma alternativa seria arranjar dois desses, posicioná-los sobre os ouvidos e amarrar um cadarço em volta da cabeça para segurá-los. Caso você consiga botar esta bela ideia em prática, por favor me envie uma foto mostrando seu sucesso.
Após finalmente dar o braço a torcer, você se levanta sem saber ao certo que horas são. No Pará era um horário, no Amazonas é outro. Mas poucos anos atrás era tudo igual - o horário do Pará foi mudado há pouco tempo. E muita gente do interior do Pará simplesmente se nega a adotar o horário atual, e continua se guiando pelo "Horário Antigo", como eles chamam. Infelizmente, essas pessoas não usam uma camisa escrito "Eu uso o horário antigo!", como bem deveria ser. E se você não fizer questão de saber a que diacho de horário eles se referem quando dizem que saem de casa às 5h da manhã, já era. A confusão está feita.
Agora estamos no Amazonas, e aqui o fuso é 1 hora a menos que no Pará. Mas como a tripulação do barco é toda paraense, volta-e-meia um deles se refere às horas no horário do Pará (não o antigo, veja bem). A dica pra não ter que se enrolar com nada disso é ter seu próprio relógio e saber bem em que horário ele está programado. E nunca, jamais diga que horas são a ninguém.

Depois de saber das horas, você se preocupa em verificar os estragos noturnos feitos pelos carapanãs e micuins. "Carapanã" e "micuim" são termos locais que significam: CUIDADO! Seres maléficos e sanguinolentos obsessivos por qualquer milímetro quadrado de pele disponível.
O micuim deve ser algum micro-parente da pulga, e você pode conseguir sua agradável companhia passando por qualquer capinzinho mais fechado na Amazônia. Seus locais preferidos são a virilha esquerda e a virilha direita, além de bairros vizinhos.
O carapanã é um mosquito de beira de rio. Ou melhor, um não. Tenho a teoria de que carapanã já é o termo coletivo, porque eles nunca estão sozinhos. Tanto que os habitantes locais nunca flexionam o plural, é sempre "os carapanã tão bravos hoje!" e "acho que os carapanã gostaram do senhor". O singular de carapanã deve ser "peraí que meus primos tão chegando". Até ouvi um cara fazendo piadinha uma vez. "Perguntaram se aqui tem muito carapanã. Eu disse que não, o problema é que você mata um e a família vem pro enterro". Incrível como a desgraça é uma ótima produtora de comediantes.
Lógico que o povo desenvolveu técnicas ao longo do tempo pra espantar ou pelo menos sair do caminho dessas pragas. A andiroba parece ser a principal delas, seja em forma de sabonete ou de essência. Dizem que fede pra caramba, por isso não é de se espantar que os mosquitos deixem de te amar. Ninguém vai te amar, pelo menos não de muito perto.
Mas a melhor técnica da qual fiquei sabendo foi para dormir em noite de muito carapanã. O normal (e mais confortável) é dormir na rede atravessado, na diagonal, porque assim a coluna fica mais esticada. Mas quando tem carapanã a rodo, um simples mosqueteiro não é proteção suficiente. A estratégia é dormir no meio da rede, curvado mesmo, e evitando ao máximo o contato com as beiradas da tela. Isso porque os mosquitos picam através(!) do mosqueteiro. Se houver só um joelho pressionado contra a tela, é ali que eles vão se fartar. Por isso não estranhe caso seu joelho amanheça feito um campo completamente minado - antes fosse catapora.
Você então esfrega álcool nas picadas, tentando fazer que elas cocem um pouco menos ao longo do dia. Não dá muito certo.

O fim da tarde também é um momento tenso. Você quer usar o laptop para trabalhar (ou atualizar seu blog pessoal), mas qualquer luz próxima que esteja acesa atrai centenas, milhares de mosquitos, moriçocas, mariposas, besouros, etc. E quando algum gênio tem a ideia de apagar tudo, é pra tela do seu laptop que todos os insetos do mundo se dirigem.
Quem se dá bem são as aranhas, que armam teias estratégicas próximas à luz. Se elas tivessem um friezer, em uma noite poderiam fazer o estoque de comida pro ano inteiro. Mesmo que limpem sempre, no dia seguinte as aranhas estão lá nos mesmos lugares.
E um dos piores insetos que têm proliferado no barco é o potó, também chamado de flamenguinho. Pequenininho, comprido e rubro-negro (daí o apelido), o bicho gosta de entrar nas roupas e até nas redes. O xixi dele que é o perigo. Ao encostar na pele, ele gera uma irritação que parece uma queimadura e faz nascer umas bolhinhas feias. Dizem que se elas estourarem, o líquido que vazar e encostar na pele causará a mesma irritação do xixi do potó. Se a parada funcionar realmente assim, você pode virar um gremlim em algumas semanas.
Acho que, por ter cores e um apelido tão simpáticos, nenhum flamenguinho ainda me atacou. Por favor, não repitam mentalmente esse "ainda" com tom de deboche em suas mentes. Gostaria de continuar assim, singelo turista com meus carapanã e micuins, mas sem queimaduras de potó.
Pra que não soe injusto falar de tanta dificuldade assim de uma vez, antecipo que o próximo post será sobre o pôr-do-sol mais absurdo que já vi. Na verdade não vai ter muito texto, a foto por si já diz muita coisa. Impressionante.

Obs.: fotos de Fábio Tito, só pra deixar claro.

domingo, 18 de abril de 2010

Faro e Urucará (Pará e Amazonas)

O último município paraense que visitei foi Faro. Estive até em uma comunidade chamada Maracanã. Infelizmente, não houve jogo no Maracanã este dia (hahaha, Tito hilário). Fiz a foto num barco que faz transporte escolar na região.

Em Faro também vi de perto uma família fazendo farinha de mandioca, e gostei dessas fotos.
Saímos de Faro e cruzamos a fronteira entre Pará e Amazonas. E finalmente chegamos a Urucará, uma cidadezinha que deve ter menos de 10 mil habitantes. Saindo do porto, você vê uma calçada grande que vai paralela ao rio. Mas não se engane: apesar de todos andarem por ali, no meio da "calçada", aquilo é uma via. Os carros e motos passam nos dois sentidos, buzinando pra que abram espaço. Em frente a essa via fica a Coopcostura, e as costureiras estavam mandando ver em pleno sábado.
Depois de fazer o que tinha de trabalho em Urucará, haveria o final de semana livre. Fui então pra uma prainha a pouco mais de 1 hora de distância (de barco), um rapaz local (urucaense!) deu a direção. Ao chegar, a internet caiu e eu não consegui mais falar com Gabriela, que deve ter ficado aos prantos.
Para seu conforto, ela deve saber que levei um baita tombo quando fui descer do barco. Escorreguei na rampa, caí de bunda em cima da minha mão esquerda, como todo o peso, e fui descendo até a areia. Infelizmente, ninguém documentou o momento. Minha mão, no entanto, ficou desse jeito:
Diga se meu dedo médio não parece um pino de boliche.
No domingo o tempo estava chuvoso, parecia que ia ficar assim o resto do dia.
E voltamos à sede do município, de onde consegui mandar este post.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

O nascer

Volta-e-meia precisamos sair às 4h, 5h da manhã para acompanhar alguma rota escolar matutina. Os barqueiros saem para buscar as crianças bem mais cedo que o horário da aula, e nós temos que estar lá do início ao fim.
Foi assim que o sol nasceu aqui hoje:


E era tanta criança dentro do barco do cara que não teve espaço pra mim. Acabou que acompanhei o trajeto de ida na lancha, fotografando.


A foto é do Diego Baravelli.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Into the wild - Dentro do meio do mato

Lá em cima, o pássaro azul seria um frango-d'água - segundo fontes amazônicas. Depois, um gavião águila dourada do Marrocos tibetano, segundo as mesmas fontes. Os botos são impossíveis de fotografar, eles possuem um sexto sentido que os guia sempre para onde sua máquina NUNCA estará apontada. Essa foto foi na sorte. À noite, eles riem da sua cara e ficam fazendo acrobacias fora d'água, pulando como se fossem golfinhos hollywoodianos. Achei que botos nem faziam esse tipo de coisa, os julgava mais recatados. A preguiça foi avistada pelos olhos de lince de DaSilva, um dos membros da tripulação aqui. Disse que só não foi pegá-la na mão porque a margem estava alagadissa. Aquele dragão de Komodo em cima de uma árvore é uma iguana já adulta. Eu não fazia ideia de que tinha dessas por aqui.
Lógico que, na última foto, me refiro ao animal à esquerda da tela. Uma espécime horrenda ainda não catalogadas. Os tatus estão apenas de figurantes, fingindo que tomam sol sobre o tablado na varanda de casa.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Em Óbidos...

O barco chegou a Óbidos, no interior do Pará, no último sábado (10). O lugar é bem diferente, dizem que é a cidade mais portuguesa na linha do Equador.

Bizarro que, quando perguntamos onde ficava a pracinha, quase riram da nossa cara. A praça é um trem gigante, propícia para uma partida de futsal... Entre brontossauros. Eis aí a vista panorâmica.
Antes, em Aveiro, conheci uma região que bombou de seringueiros na época da 2ª Guerra Mundial. Quem comprava a matéria-prima da borracha na região era uma fábrica que a Ford montou. A fábrica deu origem a uma cidade que existe até hoje: Fordlândia. Lógico que a Ford picou a mula quando achou lugares mais interessantes pra investir, tipo, sei lá... a Malásia. Largaram pra trás enormes galpões abandonados, como este abaixo.

Esta imagem vai em homenagem à formiguinha que me picou no exato momento em que eu fui bater a foto. Havia uma cerca alta em frente ao galpão, e eu vi que havia um buraco por baixo pelo qual dava pra passar a câmera e fotografar. Foi o tempo de eu conseguir passar a mão e a formiguinha fincou os microdentes na junção entre meus dedos médio e anular da mão esquerda. Esta é pra você, amiga formiga. In your face. BTW, a picada inchou e está coçando até hoje.

Ah, e já ia esquecendo. Parece que pediram foto em que eu apereça, coisa de família né. Então aí vai, eu e a quiançada. Esta foto, quem fez foi a Bárbara.


sexta-feira, 9 de abril de 2010

Pouca internet em pouco tempo

É, não vai ser desta vez que vou me prolongar em um texto falando sobre minhas primeiras impressões da Amazônia. Tá tão correria que tô sem tempo, nunca tenho internet e, quando ela aparece, tenho que mandar o conteúdo pro blog do trabalho. Afinal, que blog é esse que nunca é atualizado? Dermilivre.
Seguem aí algumas fotos legais que fiz estes dias.

domingo, 4 de abril de 2010

Start the engines

Cheguei em Santarém, Parazão de meu Deus, mais um estado riscado da minha lista de desconhecidos. Antes o avião fez parada em Manaus, mas não vou riscar o Amazonas da lista ainda. Nem descer da aeronave eu desci. Vou ter bastante tempo pra conhecê-lo, já que daqui a umas duas, três semanas já devemos cruzar de barco a fronteira do estado em direção a Manaus mesmo.
Eu ia botar aqui uma foto do que mais se via da janela do avião, mas aparentemente a conexão acabou de cair e eu não vou seque conseguir colocar o texto. Isso quer dizer que estou escrevendo isto à toa neste momento, porque vou acabar atualizando o blog desatualizadamente depois. Opa, voltou! Vai o texto agora, depois tento botar a foto!

sábado, 3 de abril de 2010

Tchau, Brasília.

Como poucos já sabem, estou indo pra Amazônia por dois meses.

Várias pessoas sugeriram que eu fizesse um blog pessoal pra falar das coisas legais certamente vou ver. Esses felizardos foram atendidos, e aqui está. Vejamos se eu de fato vou lembrar de colocar coisas aqui, pelo menos umas fotos legais eu vou tentar com esmero.

Sobre a preparação, acho que vale falar o seguinte: se possível, tenha mais de quatro dias para se organizar antes de uma viagem de dois meses pra Amazônia. Não é tarefa simples, vou lhe dizer. Tomei diversas vacinas num dia só, comprei bota, sunga, bermudas, calça, regatas, repelente, protetor solar, desodorante, barras de cereal, polenguinhos, badulaques e balangandãs, avisei umas seis pessoas que vou ficar um tempo sem participar de seis projetos diferentes (é difícil não saber dizer não), adiantei (quase usei o termo "pari") um projeto gráfico quase inteiro de uma revista com um amigo, visitei o Lar Betel, despedi de alguns amigos no bar, despedi da namorada (que foi pra praia três dias antes de eu ir pro mato).

E cá estou, à meia-noite e vinte e três, gastando preciosos minutos de sono pra criar um blog. Acho que por agora é isso, aguardem os próximos posts, comentem aí me encorajando a escrever mais, esse tipo de coisa.